No horizonte da última estrada ao extremo norte do Brasil, a BR-156, a fumaça predomina. Do trecho que liga os municípios de Calçoene e de Oiapoque, no Amapá, é possível ver: o que queima é a vegetação do Parque Nacional do Cabo Orange, composta pela floresta amazônica e aningais, plantas que podem chegar a quatro metros de altura.
A queimada desenfreada no Parque Nacional do Cabo Orange fez com que órgãos federais e estaduais se unissem para combater as chamas na unidade de conservação, criada em 1980 para preservar os ecossistemas próximos à costa norte do Brasil.
Na última quinta-feira (15/11), uma equipe de 12 militares do Corpo de Bombeiros do Amapá foi até Oiapoque, cidade do Brasil na fronteira com a Guiana Francesa, para dar apoio aos brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no combate ao incêndio florestal.
Como o local é de difícil acesso, a Força Aérea Brasileira (FAB) leva de helicóptero os profissionais para a “frente de fogo”, que é a área mais crítica dentro do parque. O trabalho tem previsão de durar 15 dias.
O Corpo de Bombeiros do Amapá disse que o incêndio no parque se alastra por duas frentes: ao norte e ao sul. Especialista em incêndio florestal, o major Santos, que realizou um voo sobre a área, constatou que o incêndio tem características superficiais, ou seja, sobre a vegetação.
Segundo a corporação, o combate ao incêndio será feito de forma direta e indireta, com uso de abafador, bomba costal e construção de aceiros, entre outras medidas. O Corpo de Bombeiros afirmou que a origem do fogo ainda é desconhecida.
Ano mais crítico
Este é um dos mais de 2.156 focos de incêndio registrados pelo Amapá entre 1º de janeiro e 15 de novembro de 2023, ano em que o estado mais pegou fogo, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).