Na semana passada, o Tribunal de Apelações da Nicarágua condenou o bispo católico Rolando Álvarez a 26 anos de prisão. O ato ocorreu um dia depois de o religioso não cumprir uma ordem do ditador do país, Daniel Ortega, de deixar o país, com outros presos políticos.
O juiz do caso, Octavio Rothschuh, leu a sentença na mídia estatal. Entre outros crimes, Álvarez é acusado de espalhar “fake news” e resistir à autoridade. Desde a repressão do governo antes da eleição presidencial de 2021, a sentença lavrada é a mais dura contra qualquer oponente de Ortega.
Álvarez já cumpria prisão domiciliar, em virtude de outras acusações. Ele aguardava o julgamento, marcado para o fim de fevereiro deste ano. Mas a ditadura decidiu antecipar o veredito, por causa da recusa do bispo de ser deportado para os Estados Unidos, com outros 222 detidos.
“Ele se recusou a obedecer às decisões do Estado da Nicarágua”, disse Ortega. O ditador também expulsou 18 freiras das Missionárias da Caridade, ordem fundada por Madre Teresa, que trabalhava com os pobres da Nicarágua.
Antes da eleição, Ortega prendeu sete candidatos à Presidência, além de jornalistas, ativistas e líderes empresariais, cívicos e trabalhistas. Ao assumir seu quarto mandato consecutivo em uma eleição interpelada por Estados Unidos, Canadá e União Europeia, Ortega aumentou a repressão, fechou organizações cívicas, instituições de caridade e universidades privadas.
Fonte: Revista Oeste*