Caso Jeff Machado: aluguel de casa é o principal indício de que assassinato foi premeditado

As negociações para alugar a quitinete em Campo Grande onde foi encontrado o corpo do ator Jefferson Machado no último dia 24 é uma das principais provas da polícia que indicam que o crime foi de fato premeditado. Segundo as investigações, quase dois meses antes do a proprietária do quitinete recebeu uma ligação de uma pessoa que se identificou como Jefferson interessada no imóvel. A ligação ocorreu em 1º de dezembro de 2022 e o negócio fechado no dia 12 do mesmo mês. O ator só seria assassinado em 23 de janeiro.

Essa pessoa na realidade seria Bruno de Souza Rodrigues , um dos dois acusados de matar Jefferson e que está foragido. O segundo acusado, o garoto de programa, Jeander Vinicius de Souza Braga, está preso. Segundo a polícia, Jefferson pagou R$ 20 mil a Bruno, um ex-produtor de TV, com a promessa de que conseguiria um papel em uma novela. Isso não aconteceu e teria sido a motivação do crime. O acordo com a proprietária da quitinete ocorreu quase dois meses antes do ator ser morto, em 23 de janeiro.

Depois do crime, a proprietária da quitinete ainda recebeu uma série de mensagens entre janeiro e abril, de uma pessoa que se apresentava como Jefferson. Nas conversas, ele pedia desculpas pelo atraso no pagamento

”No dia 01/02/2023, a declarante recebeu fotos de omo estava o estado da sua quitinete, quando o suposto Jefferson chegou, e ele descreve o portão pendurado, caixa d’água vazando, infiltração, etc;. O suposto Jefferson também mandou uma nova foto na mesma data mostrando que o muro já tinha quatro novas fileiras de tijolos, aumentando o muro em cerca de 1 metro de altura”, contou a proprietária à polícia.

A polícia acredita que Bruno se passou por Jefferson com base no relato de uma testemunha. Antes de iniciar as negociações por um aplicativo de mensagem, com a proprietária, o suspeito procurou um amigo que já havia morado no local para saber se o imóvel estava disponível. Em depoimento, esse amigo disse jamais acreditar que Jeff seria o inquilino porque foi procurado por Bruno.

Apesar do espaço ter sido arrendado em dezembro por R$ 300 mensais, as chaves só foram entregues no dia 20 de janeiro. Quem pegou as chaves foi Bruno.

As investigações reconstituíram também como os oito cães da raça Setter que o ator criava acabaram abandonados. Segundo a investigação, em 24 de janeiro, um dia depois do crime, uma pessoa que se apresentou como Jefferson contratou um serviço de transporte de animais (”taxidog”) para que os cães fossem removidos da casa onde a vítima morava, em Barra de Guaratiba, para um centro espírita em Palmares, também na Zona Oeste do Rio. Nesse espaço, os cães permaneceram por três dias, antes de serem abandados na rua pelo próprio Bruno Rodrigues.

O contato com o motorista ocorreu por meio de um aplicativo de troca de mensagens. O interlocutor do motorista usava o celular do ator e se identificava como ”Jefferson”. Eles combinaram que o transporte ocorreria na manhã do dia seguinte (25 de janeiro).

O ponto de encontro, em frente a Estação Magarça do BRT, também foi combinado pelo aplicativo, pelo suposto ”Jefferson”. O autor das mensagens disse que um amigo o ajudaria a levar os cães. A testemunha identificou Bruno de Souza Rodrigues como a pessoa que o acompanhou até Palmares. Os dois conversaram durante a viagem e Bruno disse que Jefferson precisou viajar para São Paulo e não retornaria antes do dia 29. O serviço foi pago com um cartão de crédito de Jefferson.

”No dia 27 de janeiro de 2023, às 19:07h, Bruno se dirige ao Centro Espírita e abre o portão do imóvel permitindo a fuga de todos os cães da vítima” relata um trecho do inquérito policial.

Dias depois, dois desses cães foram resgatados por uma veterinária. Ela constatou que os cachorros eram chipados e o proprietário era Jefferson Machado.

O Centro Espirita pertence ao pai de santo, amigo do garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Braga, que está preso, acusado de ser cúmplice de Bruno. O dono do imóvel disse que concordou em receber os cães temporariamente em consideração a Jeander, a quem conhecia há dez anos.

À polícia, Jeander disse que recebeu R$ 500 para confirmar a existência de uma terceira pessoa de nome Marcelo, que teria matado Jefferson, como forma de atrapalhar as investigações. A polícia descartou a existência de Marcelo.

Entenda o caso
Jeff foi asfixiado com um fio de metal, na própria casa, em Guaratiba, colocado em um baú e transportado para uma casa alugada em Campo Grande, também na Zona Oeste. A polícia acredita que Jeander Vinicius cavou o buraco onde o baú, com o corpo do ator Jeff Machado, foi concretado. Já Bruno é apontado como o autor do assassinato. Ele teria asfixiado a vítima com um fio de metal.

Segundo as investigações Bruno teria matado Jeff, após aplicar um golpe por motivos financeiros. A polícia identificou que Bruno conheceu Jeff no período da pandemia e que já naquela época pediu R$ 20 mil ao ator sob a promessa de um papel em novela. Os dois são acusados pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Com informações da FolhaPE*

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