Incêndio criminoso destrói escola indígena em Santarém, no Pará

A escola indígena Surara Emília Arapyun, localizada na Aldeia Akayu-Wasu, na comunidade São Miguel, região do Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará, foi destruída por um incêndio na madrugada desta segunda-feira (22).

De acordo com o delegado Lucivelton Ferreira, plantonista da 16ª Seccional Urbana de Polícia Civil, onde o caso foi registrado, a suspeita é de que o incêndio foi criminoso. Uma equipe da Polícia Civil está a caminho da aldeia para a realização dos primeiros levantamentos da investigação.

“Infelizmente teve esse fato, acreditamos que é mais um vandalismo, uma revanche, não sei. Os colegas aí, com certeza vão diligenciar e com certeza vão trazer os autores que vão responder de acordo com a lei”, informou o delegado.

Líderes indígenas e servidores responsáveis pela escola não estavam na aldeia no momento do incêndio, e sim na cidade, participando da programação de aniversário do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (Cita). Eles foram avisados por volta das 3h da madrugada sobre o incêndio.

O líder indígena Rogério dos Santos, informou que incêndio causou um grande prejuízo à comunidade. “Deixou um prejuízo muito grande pra gente. Era uma escola Indígena, coberta de palha, construída com o nosso próprio suor. Mas a gente já tinha o apoio da prefeitura. Então nós tínhamos cadeiras novas. Mais ou menos 60 cadeiras novas que chegaram e um motor gerador de luz”, lamentou.

Ainda de acordo com o líder indígena, um grupo de pessoas, que consumiam bebida alcoólica próximo à escola, podem ser os responsáveis pelo incêndio que destruiu a escola, que foi construída há 7 anos.

“Olha, a gente fundou essa escola faz mais ou menos sete anos atrás, a gente tinha problemas, conflitos entre famílias, porque ela tem indígenas e não indígenas, mas isso depois da liderança se reunir reverteu todos esses problemas. A gente só sabe que são pessoas que todo final de semana estão bebendo e começando a mexer por causa dos outros também. Então as coisas stavam começando a desandar. Não estava bem. Então já estava tendo alguns roubos dentro da comunidade”, contou Rogério dos Santos.

O professor Risonilson Miguel, que leciona na escola incendiada, também lamentou o ocorrido, e disse que a escola era muito importante, porque servia toda a comunidade indígena.

“Essa escola é superimportante pelo fato de nós termos na aldeias pessoas indígenas, pois a outra escola não abriu quase as portas para os indígenas. A luta por essa escola foi justamente por nossos alunos saírem expulsos de uma escola que se diz para branco. Nós lutamos por essa escola, nós conseguimos que o nossos filhos indígenas estudem”, ressaltou o professou.

Esclarecimento

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que foi registrado um Boletim de Ocorrência (BO), na delegacia de Polícia Civil de Santarém , e que acompanha as investigações a respeito do incêndio. Ainda de acordo com a nota, cerca de 30 carteiras escolares e um motor de luz foram consumidos pelo fogo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Relacionadas

INOX METAL

Categorias

Redes Sociais

CLIMA TEMPO

SEMI-JOIAS