Homenageado com a Medalha de Ouro Cidade de Manaus, nesta sexta-feira (16), o advogado Nelson Wilians, sócio de uma rede de 31 escritórios de advocacia espalhados pelo país, afirmou, em entrevista para A CRÍTICA, que a Zona Franca de Manaus (ZFM) impulsionou o crescimento econômico local ao mesmo tempo que diminuiu a dependência do Amazonas por exploração de recursos naturais.
Nelson Wilians recebeu a comenda no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM). À reportagem, o advogado e empreendedor reforçou que a ZFM também é fundamental para o desenvolvimento tecnológico de todo o país.
Wilians disse estar honrado por receber a honraria da CMM. Lembrou que já vinha a Manaus mesmo antes de inaugurar o escritório jurídico em 2008.
O advogado, que representa as gêmeas Marina e Sofia, filhas de Gugu Liberato, na disputa pela herança bilionária do apresentador, explicou que o escritório em Manaus tem cerca de 240 colaboradores. A filial é responsável por 120 mil processos ativos, “muitos deles relacionados a questões ambientais e à ZFM”, adiciona Nelson.
Questionado sobre o que pensa a respeito da indicação de Cristiano Zanin, advogado do presidente Lula (PT) na operação Lava Jato, para o Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Wilians afirmou que ele será capaz de aplicar princípios jurídicos apropriados e tomar decisões fundamentadas no Supremo.
Ele fez elogios à conduta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem jantou no ano passado, ainda quando Haddad era candidato ao governo de São Paulo.
Para Wilians, seis meses é um tempo muito curto para avaliar o desempenho do ministro. E salientou as qualidades de Haddad dizendo que ele tem “muitas qualidades” para se tornar um bom ministro”.
Na área ambiental, o advogado disse que a decisão do Brasil de permitir ou proibir a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas inclui considerações sobre equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Segundo ele, o país é signatário de acordos e tratados internacionais relacionados à conservação da biodiversidade e às mudanças climáticas e qualquer decisão tomada sobre a exploração de petróleo na Amazônia terá impacto nas relações exteriores.
A respeito da tese do marco temporal, que diz que os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, Wilians declarou que um marco temporal pode ser útil para a definição de direitos, obrigações e responsabilidades.
“Não sou especialista no assunto, mas concordo que um marco temporal pode ser útil para a definição de direitos, obrigações e responsabilidades, levando-se em consideração os princípios constitucionais e os direitos individuais e coletivos. Em síntese, isso significa clareza e segurança jurídica a todos os envolvidos”, sugeriu.
